domingo, 3 de janeiro de 2016

Chesterton – A Nova Jerusalém



Confesso que só entendi o sentido das procissões quando me explicaram que eram uma alegoria da
vida: uma viagem em que, como “o ferro com o ferro se aguça, o homem afina-se ao contacto com outros”, Prov. 27, 17-18. Ler A Nova Jerusalém é uma viagem pelo ambiente da Palestina mas também pelo ambiente do homem. É um sair de casa para entender a nossa casa. É olhar a nossa casa como se a víssemos pela primeira vez. Este sempre foi o método de Chesterton, “para entrar no reino é necessário nascer de novo”. O livro é, pois, uma viagem. Uma viagem à Palestina, uma viagem ao ocidente e à cristandade, uma viagem pela alma humana. Pleno de sentidos literais e alegóricos sobrepostos, como a Bíblia, sobretudo se considerarmos o livro de Job e os quatro evangelistas.


Uma ideia interessante exposta no livro é a de que a Nova Jerusalém, a nova polis, é a Cristandade e que a cristandade se move num mar de coisas recorrentes, de ideias ou ambientes de época que aparecem como novas, mas que são antigas; recorrem no tempo. Então a recorrência no tempo, é a marca das coisas eternas, boas ou más.


“Tomei consciência disso quando me dirigia à Gare de Lyon e, caminhando por uma série de esplanadas, visualizei no final da rua uma coluna ao fundo, encimada por uma figura dançante: a Liberdade que dançava sobre a queda da Bastilha.”



(…)


“À medida que olhava para essa deusa esculpida encimando a coluna clássica, a minha mente viajou para outra época no passado, e eu interrogava-me de onde e de que época, tinha vindo esse ideal republicano de liberdade, democracia e igualdade. E a resposta aflorou claramente na minha mente: o lugar de onde tinha vindo era o mesmo lugar para onde eu agora me dirigia, Roma. Foi quando cheguei a Roma que constatei a realidade simples que simplificou tudo. Eu não conheço nada que cause mais estupefação do que essa súbita verticalidade, como ruas escalando o céu, onde se situa, revestido de telhas, de tijolos e de pedra, essa pequena pedra que cresceu e encobriu toda a terra: o Capitólio.”


Chesterton continua o argumento defendendo que a revolução francesa (e antes a americana) se fez no sentido de um neoclassicismo.


“Aqui, na penumbra cinzenta da nossa história, situava-se a forte república que colocou o pé no pescoço de reis; e foi seguramente daqui que o espírito da república voou como uma águia para pousar nesse pilar distante da terra dos gauleses. Porque deve ser lembrado (até por ser muito esquecido) que se Paris herdou o que se pode chamar a autoridade de Roma, é igualmente verdade que Roma antecipou aquilo a que muitas vezes se chama a anarquia de Paris.”


“Os cidadãos eram muitas vezes rebeldes, mas existiam homens que não eram rebeldes, porque não eram cidadãos. O mundo antigo forçava um grande número de pessoas a fazer o trabalho do mundo em primeiro lugar, para permitir que um grupo mais restrito de uma elite privilegiada lutasse pelo governo do mundo. Trata-se de uma verdade muito simples; é a palavra escravatura, que não é o nome de um crime como a simonia 1, mas antes de um esquema como o socialismo. Por vezes muito semelhante ao socialismo.”





Mas este ressurgimento não foi completo, porque após a revolução francesa se manteve a noção de liberdade do homem e a escravatura não foi reinstituída. Chesterton atribui a responsabilidade ao que aconteceu no interregno: “O que é que fez a diferença? O que é que aconteceu entre a ascensão do Império Romano e a ascensão da República Francesa? Porque é que os cidadãos em igualdade da primeira república achavam natural existirem escravos enquanto que os cidadãos em igualdade da segunda não admitiam que houvesse escravos?”


Foi o cristianismo que trouxe o singular valor da dignidade da pessoa humana como filho de Deus. Cristo veio matar o paganismo da Antiguidade e terminar com a escravatura. Também aqui existe uma metáfora ou melhor, uma alegoria. Terminou não apenas com a escravatura propriamente dita, mas também com a escravatura do pecado.


“Porque na primeira república existia uma igualdade entre cidadãos e na segunda a igualdade era entre homens.”


Esta recorrência no sistema político também é acompanhada por uma recorrência na esfera moral e religiosa:


“…nada se perdeu de forma tão clara nos nossos ideais religiosos como o valor da tenacidade. Chama-se à moda progresso. Cada nova moda é uma nova fé. Mas cada fé nova oferece tudo menos fidelidade. Torna-se necessário insistir que as ideias mais altas e mais valiosas do mundo, incluindo a cristandade, nunca teriam sobrevivido se não tivessem sobrevivido à sua própria morte, mesmo no sentido de morte diária. O ideal sempre esteve fora de moda desde o primeiro dia. É por isso que é eterno, pois o que tem uma época está condenado.”





Numa fantástica viagem pela razão humana, Chesterton vai demonstrar que a apostasia moderna, essa separação que a mente humana fez de Deus, vai novamente lançar a alma humana no pecado e a razão humana na irracionalidade. A emergência do paganismo fez-se após e por meio do cepticismo:
“A palavra agnóstico deixou de ser um eufemismo para ateu. Passou a ser uma palavra definidora de um estado mental, que admite muitas possibilidades para além do ateísmo, não excluindo nenhuma do politeísmo. Já não se trata de definir e depois negar um único poder central, mas de lançar a mente num desnorte de novos poderes que se podem sobrepor e até conflituar. A própria natureza deixou de ser natural.”


“A verdade é que por múltiplos canais alguma coisa voltou à mente moderna. Não é cristão. Pelo contrário, será mais correcto dizer que é o paganismo. Na realidade um tipo de paganismo muito especial, uma vez que se trata do politeísmo. A palavra surpreenderá muita gente, mas não as pessoas que conhecem melhor o mundo moderno. Quando eu uma vez disse a um distinto professor de psicologia de Oxford que a minha visão do universo não era igual à sua, ele replicou:

- Porquê universo? Porque não multiverso?

A essência do politeísmo é a adoração de deuses que não são Deus, i.e., que não são o autor e a autoridade última de todas as coisas. Os homens começam a pensar de forma crescente que existem múltiplas forças espirituais no universo, e os homens mais instruídos pensam que umas são mais confiáveis do que outras. O espiritismo invoca algo menor que o divino, de um mundo do qual não conhece nem a doutrina nem a posição. Tudo isto degenerará numa profusão de cultos psíquicos, desde a reverência aos poderes da natureza até ao uso de cristais e mascotes.”


(…)


“Eu não estou a brincar com o trocadilho entre agnosticismo e ignorância. Pelo contrário, a ignorância é uma coisa boa, porque pode ser criativa. E o que pode criar e dentro de pouco tempo criará, é uma das artes perdidas do mundo: uma mitologia. Numa palavra, o mundo moderno acabará exactamente onde a Bíblia se inicia.”





Chesterton envolve-nos então, em todo o capítulo IX, um dos mais notáveis, A Batalha com o Dragão, num outro tipo de argumento para iluminar a recorrência: “Nós nunca chegamos à conclusão que a nossa religião está certa como quando pensamos que ela está errada. Nós acabamos convencidos não pela evidência de que estávamos à espera mas por aquela de que não estávamos à espera.”


O argumento desenvolve como um conto de fadas e com a mesma dimensão alegórica. Consideremos a história de São Jorge e o Dragão: quantos estarão prontos a admitir que esta lenda tem um fundo de verdade e que pode ter havido em algum lugar um cavaleiro valente que figurasse a lendária figura de São Jorge? E quantos estãrão dispostos a admitir que o que ele matou era mesmo um dragão, daqueles que deitam fogo como o do filme do Hobbit?

Agora suponhamos que nós vamos para o local onde supostamente viveu o cavaleiro, em busca de indícios da sua existência, e o que encontramos são as descomunais ossadas do dragão e vestígios de que ele era mesmo um dragão autêntico!

É uma imagem que ilustra que por vezes é o dragão, e não o cavaleiro, que nos prova a existência de Deus e a insanidade do mundo. Chesterton usa para a sua imagem uma controvérsia que existiu em Inglaterra entre o primeiro-ministro Gladstone (1809-1898) e o biólogo darwinista ateu T. Huxley (1825-1895), sobre a passagem em que Jesus Cristo expulsou os demónios do gadareno para uma vara de porcos (Mc 5). Huxley representava o cepticismo e Glastone a ortodoxia da Escritura. Gladstone com o pior argumento veria o tempo conferir a sua validade; pelo contrário, o melhor argumento de Huxley viria a revelar-se falso. Huxley considerava que o futuro se encarregaria de depurar o ideal cristão, que considerava sublime, da demonologia cristã que considerava ridícula. Gladstone afirmava que no futuro os homens se iriam tentar libertar da moral cristã mas que uma forma de demonologia persistiria.

Na geração seguinte o escritor George Moore (1852-1933) representaria o espírito da época e desdenharia daquilo que Huxley considerara respeitável e enalteceria o que Huxley afirmara ridículo. Huxley declarara indestrutível a passagem de Miqueias “E Ele te declarou, ó homem, o que é bom” (Miq 6, 8) e perguntara com desdém, se alguém se lembraria de dizer que a justiça não tem valor ou que não é de admirar a misericórdia.


“E, no entanto George Moore, talvez antecipando Nietzsche em as rochas imersas na cave de Zarathustra, disse, se bem me lembro, que Cromwell deveria ser admirado pela sua injustiça. Ele deixou implícito que Cristo deveria ser censurado não por ter destruído os porcos mas por ter curado os doentes. Em suma, ele considerava a justiça inútil e a misericórdia desprezível.”


"O mundo estava a desdenhar da moralidade que Huxley afirmara que perduraria e estava a fazer reviver o misticismo que ele afirmara que desapareceria. Houve um regresso ao misticismo pagão, com as suas luas, os seus crepúsculos, os seus talismãs e feitiços. O misticismo regressou e trouxe os seus sete demónios piores do que ele.”





E Chesterton aponta o espiritismo introduzido em Inglaterra pela mão de Moore, Yeats, Sir William Crookes e Sir Arthur Conan Doyle: “Penso ser mais fácil imaginar um espírito maligno a agitar as pernas de um porco do que um espírito bom a mexer as pernas de uma mesa.”


O processo de chegada a este misticismo não foi teológico, mas sim psicológico, com a dissolução da personalidade.


“Se o dogma do inconsciente deriva do agnosticismo, então o agnosticismo deve funcionar nos dois sentidos. O homem não pode dizer que tem uma parte da qual não tem consciência e ao mesmo tempo dizer que tem absoluta consciência de que não tem contacto com o desconhecido.
Ele não pode afirmar que existe uma cave selada na sua casa da qual tudo desconhece, enquanto que afirma ter a certeza absoluta de que essa cave não possui uma passagem secreta para outro lugar. Ele não pode dizer que uma coisa é impossível se ele se confessar não apenas ignorante mas também inconsciente.”

Ou seja, só se pode falar de cosmos e de investigação supondo uma consciência integrada e com nexo, racional e não irracional.


“Se nós lidamos com quantidades desconhecidas nunca estaremos em condição de negar qualquer conexão com outras quantidades desconhecidas. Se eu tenho um “eu” do qual nada posso dizer, como poderei dizer sequer que ele é o meu “eu”? Como poderei dizer que sempre o tive e que não veio de qualquer outro lugar?”


O sobrenatural saudável foi substituído pelo pagão. O milagre que cura pelo acontecimento sobrenatural.

“Isto ainda se torna mais claro se sairmos da esfera da ciência para a sua penumbra na literatura. Existe uma conversa da moda de que se pode afirmar que o que perdemos não foram os demónios mas o poder de os exorcizar. Combina o oculto com o obsceno; a insanidade do materialismo com a insanidade do espiritualismo. Na história do gadareno aceitámos tudo excepto o Redentor, ficámos com os demónios e os porcos. Por outras palavras, não encontrámos São Jorge; encontrámos o Dragão.”





Em vez da moral crista ter sobrevivido na forma de uma moral humanista, a demonologia cristã sobreviveu na forma de uma feitiçaria. Seguimos a curiosidade de Huxley, “seguimos a razão até onde ela nos levasse” e a razão levou-nos a coisas que os racionalistas deveriam considerar bastante irracionais. A ciência supostamente deveria obrigar-nos a ser racionais, mas parece que agora nos obriga a ser irracionais.”


“Se um homem ignora o seu outro “eu” como poderá afirmar que o seu outro “eu” é ignorante? Ele já não pode afirmar orgulhosamente que ao menos ele sabe que nada sabe. Porque isso é exactamente o que ele não sabe. O chão na sua mente caiu e o abismo que se abriu pode conter certezas inconscientes bem como dúvidas inconscientes. Ele é demasiado ignorante mesmo para ignorar; e ele deve reconhecer ser agnóstico quanto à questão de ser ou não agnóstico.”


O dragão não só existe como foi para a irracionalidade que nos conduziu. Resta a questão do São Jorge: teremos indícios da existência desse São Jorge, desse cavaleiro, diria mesmo, desse cavalheiro que derrota o dragão?

Chesterton lembra que de todas as tribos da Antiguidade apenas uma encontrou Deus, produziu um profeta que foi o único profeta que afirmava ser Deus; por isso a velha religião matou o profeta e, em consequência, o profeta matou a velha religião. O facto de que ele não era apenas um profeta não é testemunhado apenas pelos que nele acreditam, mas também pelos que não acreditam. Porque ele não está morto nem quando é negado.


“Que sentido tem um moderno dizer que Cristo é como Áttis 2 ou como Mitras 3, quando logo a seguir está censurar a cristandade por não seguir Jesus Cristo? Curiosamente nunca se refere ao nosso culto pouco mitraico mas sim ao nosso culto pouco cristão. Não se encontram bolchevistas que se auto-denominem socialistas mitraicos, como muitos se dizem cristãos socialistas. Ao rejeitar a ortodoxia e mesmo a sanidade, as próprias insanidades e heresias do nosso tempo provam que dois mil anos depois o assunto continua vivo e que o nome é um nome a esconjurar. Deixemos que os críticos o esconjurem com outro nome. Em nenhum dos modernos clubes de pensadores se consegue motivar um místico com o nome de Mitras como se motiva um materialista com o nome de Jesus. Até há homens que negam a Deus mas aceitam a Cristo.”





Cristo é muitas vezes tomado como socialista ou pacifista. Chesterton afirma que alguém que leia um Evangelho, de fio a pavio, de forma despreconceituosa e honesta, se decide prontamente se Cristo é um mito ou é um homem.

“O exorcista eleva-se acima do poeta e mesmo do profeta; a história entre Canaã e o Calvário consiste numa longa guerra com demónios. Ele entendeu melhor que cem poetas a beleza das flores do campo de batalha (os lírios do campo, Mt 6, 28-31); mas ele meteu-se à batalha. E se as suas palavras têm algum significado, elas significam que existe mesmo ao nível dos nossos pés um abismo escondido entre as flores, um mal insondável.”


“E é aqui que a tradição nos adverte quanto ao perigo da imaginação perversa do homem: o nascimento monstruoso e a morte das coisas abomináveis. Falo disto sem qualquer forma de orgulho. Essas coisas são hediondas, não por serem remotas mas por serem próximas. Nos nossos cérebros, seguramente no meu, existem coisas enterradas tão más como aquelas enterradas no Mar Morto 4, e se Ele não tivesse vindo para as combater, mesmo nos recônditos sombrios da mente humana, então eu desconheceria para que veio. Seguramente que Ele não veio apenas para falar de flores ou de socialismo. Quanto mais compreendermos a vida como um conto de fadas, tanto mais o conto se resume a uma Guerra contra o Dragão que está a devastar a terra encantada. Tal como muitos afirmaram querer o drama de Hamlet sem o príncipe da Dinamarca, também eles quereriam o drama do inferno sem o príncipe das trevas. Não adiantarei mais sobre o assunto, excepto que a mensagem do Evangelho se resume a uma única questão.”






António Campos



Referências:


1 – Embora a simonia seja um crime teológico relacionado com a Igreja Católica, como apontado por Dante na Divina Comédia, que apontou o Papa Nicolau III no oitavo inferno de cabeça para baixo com as solas dos sapatos a arder, as igrejas cristãs mais dependentes do Rei ou do Estado, a Igreja de Inglaterra e a Igreja Ortodoxa, são actualmente muito mais sujeitas a este erro.


4 – O Mar Morto com alta densidade e teor de sal é tido como o local das desaparecidas cidades de Sodoma e de Gomorra.



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Outro problema analisado por Chesterton é o problema da iconoclastia: o grito iconoclasta do Islão representa essa recusa do deserto a todas aquelas faces odiosas do politeísmo oriental, tal como a iconoclastia de Israel representa a resistência do monoteísmo à contaminação. Já outra coisa se poderá dizer da persistência da iconoclastia no ocidente. A Reforma retirou Cristo da cruz com a justificação de que como tinha ressuscitado, Ele já não se encontrava lá. Pelo contrário a Igreja sempre persistiu em apresentar o crucifixo com Cristo, não só porque Deus sofre continuamente com os nossos pecados, no sentido em que sofre com quem sofre, mas também porque a sua posição na cruz não pode ser ocupada por qualquer ideal. Cristo é o holocausto perpétuo, como diz Daniel, não apenas um homem que foi crucificado pelos romanos como tantos outros. Do seio da Reforma surgiram prontamente ideais que ocuparam o lugar de Cristo na cruz: a liberdade e o proletariado.



“Um estrangeiro que visite a Inglaterra poderá afirmar que os nossos heróis nacionais, sobretudo os navais, são completamente negligenciados e deixados nas mãos da escória da plebe. Os retratos de Benbow e Nelson, quando exibidos em público em muitas barracas de feira, foram pintados em madeira pelos artistas mais amadores e incompetentes. O que ele não entende é que o sinal de Nelson pode ser pendurado alto em qualquer lugar, porque a reputação de Nelson é alta em todo o lado; então o seu mau retrato apenas assinala o seu bom nome. Pelo menos deveríamos desejar que as coisas profanas se transfigurassem pelo sagrado e não que as sagradas se profanassem pelo profano.”


Um outro assunto tratado são as simplificações: pensar que os judeus, muçulmanos ou cristãos pensam todos do mesmo modo e que atacar uma parte significa não gostar do todo:


“Existem muçulmanos que são modernistas; sempre existiu uma classe dirigente de judeus que são materialistas. Pode mesmo dizer-se que muitos judeus tendem a ser materialistas, mas todos tendem a ser monistas, no sentido melhor sendo monoteístas no sentido pior sendo materialistas.

A minha simpatia vai, confesso, para a impotente e invisível maioria. A minha simpatia vai para com os pobres judeus que acreditam no judaísmo tal como para com os maometanos que acreditam no maometanismo, já para não falar dessa multidão difusa de cristãos que acredita no cristianismo. Sinto-me mais ligado moralmente, e mesmo intelectualmente, a essas pessoas e mesmo à religião dessas pessoas do que às arrogantes e desdenhosas negações que constituem o núcleo daquilo a que se chamou o iluminismo.”


“O sionismo, como sempre o entendi e sempre defendi, consiste que seria melhor para todos os lados que Israel tivesse a dignidade e a responsabilidade de ter uma nação independente; e que isto deveria ser efectuado o mais rapidamente possível conferindo uma terra ao povo judeu, de preferência a Palestina.”

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